Saturday, August 6, 2016

Sob o signo da ambivalência eu nasci...justaposta...irresumível...apaixonada....dona do meu ser...e tão repleta de contradições...

Monday, January 4, 2016

Germaine Dulac



Nascida em Amiens, em 17 de Novembro de 1882, Germaine Dulac foi uma crítica e diretora de cinema francesa dos anos 20, na denominada Escola Impressionista.

Militante feminista desde a sua juventude, Dulac nos regalou com uma  inesquecível e importante contribuição para a história do cinema, depois de Alice Guy, ela era a segunda maior diretora de cinema francês, com a sua imensa criatividade, com a intensidade com que ela viveu seus experimentos - que deram uns 700 curta metragens-  principalmente seu domínio sobre a linguagem do cinema , sua percepção tão profunda e capaz de desnudar na tela as emoções e aspectos da psiquê humana.

Ela escreveu vários artigos sobre cinema, mostrando sua visão vanguardista e também deixou sua marca na história do cinema, não só como diretora, roteirista, produtora, mas também por ter sido uma teórica do cinema.

Sua ideia de cinema avança inclusive no sentido da educação, de ser um meio para ampliar a perspectiva sobre as diferentes culturas e modos de ser de outros países.

O cinema para ela deve ser convertido em uma experiência individual, permitindo que todos possam experimentar sensações até então desconhecidas. Uma espécie de verdade sobre a vida que não pode ser obtida em livros, guias e jornais.

Ela capturou em seus filmes sonhos que enchem os imaginários, os movimentos do espírito, as coisas que nos escapam quando estamos conscientes, colocando a luz e a câmera, reproduzindo a vida em sua totalidade.



Refletiu no cinema a questão da alteridade, mergulhou na humanidade oculta, rompendo com as narrações tradicionais, saindo dos aspectos óbvios e descortinando com  as suas representações subjetivas e simbolismos como em  La Coquille et le Clergyman ( 1928), que excedem em linhas de tempo e espaço.




A cena inicial de abertura mostra o rito de passagem da câmara que  gradualmente invade e penetra o clérigo inconsciente, que administra a concha como a descoberta do erotismo, sua pulsão de vida, povoada por intensos desejos.

O feminino que está oculto, é o que se evidencia no filme,  mostrando o  clérigo por trás da máscara, tentando, visceral  e repetidamente em movimentos contínuos, expressando que ele nunca estava satisfeito e que não havia limites para o desejo.

O clérigo faz uma alquimia com seus recipientes, seus vazios, assim que obcecado com o seu interno, que eles recebem o emocional da concha, para depois partir  em pedaços, como maneire de querer transformar ou sublimar seus desejos secretos.

Entra a lei, a regra geral, a ordem, talvez culpa e ele toma o objeto que significa abstrair-se, para assumir a parte de sua vida real. Contudo, por mais que vista a sua batina, faça suas orações, cumpra as suas obrigações em suas rotinas da paróquia, tenha sua crença e temor à Deus ...

A mulher, a menina que sempre confessa, o feminino que explode diante de seus olhos que irá lembrá-lo dos sentimentos que ele tem e quem ele é quando os tem, porque simboliza paixão, sem os enquadramentos, sem os limites impostos com sonhos e a sensação de estar mais vivo.

Germaine Dulac morreu em Paris, em 1942 e nos deixou inúmeros trabalhos para pensar o feminismo no cinema.

Monday, October 19, 2015

Viva!

Estarei morta quando não puder mais me aventurar em ser quem quero...
Estarei morta quando não puder mais me apaixonar por nada...
Estarei morta quando não puder mais me perdoar por tudo...
Estarei morta quando não puder mais errar, errar e errar...
Estarei morta quando não puder mais tornar-me, tornar-me...
Estarei morta quando não puder mais lembrar de tudo o que pude ser...
Estarei morta quando não puder mais sentir em demasia tudo o que eu sinto...

A vida no 220w, a angústia por mais, por comer o sal da terra, por banhar-me no sol da vida, por mergulhar na noite da existência...por beber de todo o vinho que Baco puder produzir... e no meu intenso e absoluto exagero...acreditar que estou dando tudo de mim... que estou vivendo tudo ao máximo do que posso extrair... arrancando do meu ser...toda a energia que meu pulmão pode respirar, que meu coração pode bater... que meu cérebro pode viajar...que meu corpo pode me oferecer... 

Não quero descansar...enquanto estiver aqui...

Sunday, October 18, 2015

Em Copas fechada

Subestime minha inteligência... faça de conta que eu não percebo os fatos...
finja que eu não sei ligar pontos...duvide da minha capacidade de análise...
Eu ganho uma tremenda dor de cabeça... pois se dar conta de como as pessoas agem, isso é um fardo, doloroso e pesado de suportar...

Quisera ser ingênua, quisera ser inocente... eu tento... mas a mente é isso... a mente conecta e mostra a sua cara... ainda mais uma pessoa como eu, que parece ter um ego imenso na mente.. e que não gosta da ideia da mentira... Mentir todos nós mentimos... mas... em certas coisas... coisas relativas ao nosso pobre coração... ah por favor,.. não... não... não... Minta outras coisas... Minta sobre outros assuntos, mas não tente iludir meu pobre coração... já tão castigado...Se é para jogar... Jogue, mas mostrando as regras... mostrando as combinações... os movimentos... ocultar... é desonesto... no mínimo é frustrante para quem exibe todas as cartas... e nem mesmo guarda nada na manga...
Eu sou assim... me perdoe... eu sou assim... tenho um lado desconfiado.... e pago para ver... mas quem foge da nobreza perde comigo...pois se pensa que vai ganhar....ou se pensa que vai ter tudo...na arte de ludibriar... me perdoe... mas não deixarei...

Há quem diga que isso possa ser uma atitude sabotadora... pois Escorpião é assim...antes que me mate, eu me mato... mas nesse caso não... meu coração aberto de Leonina.... tentou... tentou... dar a cara a tapa...mas tá doendo saber... que terei que me fechar em copas...

Saturday, October 10, 2015

18 de Dezembro...

Todo início é...
fósforo riscado,
comovente suspiro,
fogo espevitado...
atiçado, eriçado...
assim é o jeito dele...
mais parece um menino...
que mistura franco desatino
com seriedade alinhada
sustenta o vício na adrenalina
com beijos em uma carreira cerrada..
brinca infantilmente de ter medo...
mas me chama para uma verdade...
de quem se entrega o tempo todo...
Será que devo ceder à minha paixão...
e seguir em direção ao itinerário...
de expandir meu ardoroso Leão...
nos braços do seu intenso Sagitário?



Friday, October 9, 2015

Coração

 Abra o primeiro, meio sem graça, irônico riso, quem nunca...teve o seu ego dilacerado, por escolher sentir além da pele, todas as possibilidades que uma paixão, pode contribuir para a descoberta, de que coração não é fígado.

Depois de tamanho sentimento, que vai engolindo vorazmente o seu ser, é uma viagem sem retorno, pois nunca mais, nunca mais mesmo, restará algum resquício do que seu pobre coração foi antes um dia.

Contudo, após curadas as feridas de tamanho arroubo, que pode muito bem ser, uma experiência que irá contabilizar para o seu SER, a capacidade de elastecer toda a potência advinda deste órgão tão singelo, que não se resume apenas a contrair e a soltar...pode apostar, mesmo não tendo uma capacidade de regeneração, aqueles que são teimosos, irão permitir, mais uma vez, que haja este incandescente sentido de estar vivo de novo...

Falam mal da paixão, mas ela, é a única que avermelha, dispara nosso ser em direção a este estado alquímico de rubedo...nos ilumina no caminho para a essência de ser quem somos como criação divina... enriquece o nosso espírito com a vontade... de seguir adiante...

Então embora não seja como o fígado, o coração pode sempre mais...sem que isso seja um clichê, mas sim uma abertura para o mundo.. para a liberdade de sentir e escrever nas linhas da história individual de cada um...tudo o que se passou...deixando a sua marca...

Wednesday, October 7, 2015

Relacionamento?

Sou ardorosa fã de Lou Andreas Salomé. E dentre as tantas reflexões que deixou, esta aqui é uma das que mais me convenceu de que quando as pessoas ingressam em um relacionamento, e se fixam nele, sem o transformá-lo em um constante devir e sem ao mesmo tempo, se tornaram constante devir... este relacionamento será fadado a interferências... abrindo azo para o fracasso, para a cobrança, para a mendicância... e para os aprisionamentos.  

"só aquele que permanece inteiramente ele próprio pode, com o tempo, permanecer objeto do amor, porque só ele é capaz de simbolizar para o outro a vida, ser sentido como tal. Assim, nada há de mais inepto em amor do que se adaptar um ao outro, de se polir um contra o outro, e todo esse sistema interminável de concessões mútuas... e, quanto mais os seres chegam ao extremo do refinamento, tanto mais é funesto de se enxertar um sobre o outro, em nome do amor, de se transformar um em parasita do outro, quando cada um deles deve se enraizar robustamente em um solo particular, a fim de se tornar todo um mundo para o outro."


Explico: Muitas pessoas depois que se casam se acomodam. Algumas esquecem de si mesmas em nome da entidade: Relacionamento. Só conjugam o verbo na 1ª pessoa do plural, e passam a apenas alimentar a relação. 

Existem também os relacionamentos, em que uma das partes é a que alimenta mais, enquanto a outra ponta da relação, se preocupa com seu próprio crescimento e desenvolvimento...com isso... a relação modifica, pois, não se trata mais de duas pessoas que estão buscando juntas, cada uma o seu próprio crescimento, mas de uma que está abrindo mão de SER, em nome do SOMOS, como se o outro também fosse conjugar o verbo da mesma forma. 

Chegará um momento em que aquele que alcançou um outro nível de aproveitamento de suas potencialidades ficará farto e completamente entediado das mesmas conversas, de modo que...pouco a pouco irá perder o interesse, ou outros interesses estarão tão presentes, que se tornará um fantasma, uma pessoa ausente...distante...pois um relacionamento não pode ser tratado como um ponto final... as pessoas que se relacionam não podem se tratar como ponto final... são e sempre serão processos... mas algumas, infelizmente... acham que depois que se realizaram com esta opção, não precisam realizar mais nada para si mesmas... e com isso caem no seu próprio empobrecimento existencial...