Eu queria ter mil sambas de corda...
e que o tempo fosse só para solfejar...
mas a ampulheta me arrasta
me arrasa...
me paradoxa...
quero que passe como um tufão...
quero que vibre como um turbilhão...
mas dói...e como...
e eu que era uma desesperançada do coração...
hoje me pego querendo viver além do grão...
quero uma vida florestal...
com árvores imensas...
e amor à dar com o pau...
Provar do pão do banquete divino...
Partilhar o tonel do vinho sangrento...
Corpo, corpo, corpo... tão esquecido corpo...
ressuscitar meu corpo...
por que nos esquecemos dele?
A ânsia da espera...
é um espinho no pé...
é a fera ferida...
magoada e retorcida...
é cólica irremediada...
mas ainda não estou pronta...
para o filme revelar...
alterada de consciência...
repleta de inocência
rica de incoerência...
me deixo enganar...
tenho lágrimas até no ouvido...
como dor de alma que machuca o músculo
a razão me abandonou...
e Vênus está ferindo o que não pode ser curado...
Pobre Quíron...nem com uma prece
você verá a cicatriz...
sigo assim...
como menina dolorida...
a fratura exposta...
com o não acontecer
que dilacera mais
do que perder por ter tido..
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