Wednesday, November 19, 2014

Invasão Vitoriosa!


Um rosto cujos sóis atrevidos ao longe me desnuda.
Maneja-os tal e qual a espada, ação que me consome;
Pioneiras bandeiras serão fincadas com a boca carnuda;
Estou à mercê do barco que navega nas águas do seu nome.

Vejo o abraço de que ele é capaz;
Largo, enlaça meu litoral até não poder mais!
Aprofunda e percorre meus vazios sem paz!
Desabitada há tempos nada vinga ou satisfaz.

Mar bravio, língua que extenua!
Ondula vociferante na cavidade nua
Tento resistir, mas minha lua é doce...
Aguardo estrelas que ele me trouxe...

Doa o céu dos lábios e encontra o seio,
Provoca meu riso sem freio,
Salpica seu domínio e me destempera.
Realiza a mistura sem espera.

Suor gotejando na geografia,
Cobrindo o mapa e a guia,
Vencendo o território da minha filosofia...
Completamente sitiada pela sua orgia!



Ainda que breve

Não dispensarei a exigência do respeito mas,
com a graça que me é conveniente, te permito:
Que me faças a mais profana das mulheres,
Que sejas senhor do meu ávido corpo,
Que me tomes generosamente perdido,
da tua faculdade tão peculiar,

que é a razão...

Discretos

Nos nossos dias infantis não havia aquarela que desse conta da volúpia e do vício...
Parecíamos quadros pintados à carne em nossa exposição particular...
Ele me vestia do meu sorriso e me despia de sensatez.
Dizia: Seu Mercúrio em Virgem me alimenta...
Até no ônibus, na madrugada, indo para São Paulo, a gente fez...
mas eu é que engoli quieta a sua tormenta
que sem dó explodiu de uma só vez
Éramos o paradoxo de um desinibido discreto...
Um amor de cantos escondidos,

senhas e frases secretas...

Intransigência

Talvez a minha personalidade seja demasiado reticente. 
A dor dos que não se permitem costurar laços de luxúria
e provar do veneno obsceno que é o de sentir o sexo
explodir em ondas de volúpia... Ah esta dor não me comove.

Eu me ordeno sim, explorar toda a potência que existe 
em uma entrega, energia que se derrama caudalosa...
tornando o imperativo do prazer, mais do que um fim em si mesmo.

Há os que domam a si mesmos colocando todo o azar de freios e amarras
para não sucumbir ante a ferocidade que é apenas a faceta indomada do ser.
Talvez saibam ser felizes à sua maneira, eu apenas digo que: não concebo uma vida
sem extrair o sumo do que em mim persiste em um incandescente desejo de viver,
copiosamente o erotismo, que é mais do que essência.
É a vertente que me move, é a pulsão que me eleva, é a catapulta que me faz apaixonar, aqui e agora...e enquanto puder respirar.